sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Obama: uma síntese de idéias.

Obama, por Arnaldo Jabor (Jornal da Globo)


Obama é preto. Liberal. Culto. Com nome de muçulmano.

Obama é tudo que a América nunca quis e que parece querer agora.

Outros democratas já foram reformistas, como os kennedys, assassinados… O Clinton, mas… Brancos de elite.

Obama não é importante como novo presidente apenas, ele será a maior virada da história americana: a América se auto criticando, aceitando o rejeitado histórico, o negro cuspido, o solitário que não representa corporações.

Obama nasceu nos anos 60, junto com a integração racial, com os direitos humanos. Obama é o jazz, a sexualidade livre, a liberdade da contra cultura. Ele é uma porrada no mundo republicano de preconceito, violência, burrice, da pulsão de morte.

Se Obama não ganhar, a América vai decair como suas torres do 11 de setembro.

Neste mundo do “conto do vigário”, das finanças alavancadas, Obama é mais que um candidato; ele é uma síntese de idéias, é a tomada do poder das conquistas cientificas, culturais e éticas da modernidade.

Voltarão a razão e a inteligência, que foram escorraçadas da América nos últimos anos.

Obama não é o novo. Ele é o velho. O bom e velho humanismo, a velha grandeza esquecida do mundo ocidental.

domingo, 26 de outubro de 2008

Deus é fiel.


Este acidente com a Palio Adventure Locker aconteceu na 6a.feira última. O motorista capotou o carro após colidir com a traseira de um carro Gol (geração II). O incrível é que não aconteceu absolutamente nada com o carro Gol. Já com a Locker, o resultado dá pra ver na foto. O motorista conseguiu capotar bem em frente de uma igreja protestante. Neste dia de "aleluia", cantos e louvores, um jovem alcoolizado (aparentava) conseguiu capotar um carro deste tamanho em frente da igreja. Imaginem que na rua oposta (Maria Antonia) fica o Colégio e Faculdade Mackenzie. No horário de pico, mais de 10 mil estudantes circulam por aquela região. Um atropelamento nestas condições é totalmente possível. Acho que desta vez, Deus foi fiel e deu uma força pra que nada acontecesse com ninguém. De fato, ninguém saiu ferido. Já o carro, pelo visto, vai ficar um bom tempo na oficina. Só me resta agora deixar os dias passarem pra esquecer o barulho infernal da batida. Moro num edifício muito próximo deste acidente e o som foi absurdamente escroto, como se um avião estivesse caído na rua.


sábado, 25 de outubro de 2008

Jorge Luis Borges


En ese instante gigantesco, he visto millones de actos deleitables o atroces;
ninguno me asombró como el hecho de que todos ocuparan el mismo punto,
sin superposición y sin transparencia.
Lo que vieron mis ojos fue simultáneo: [...]
Vi el populoso mar,
vi el alba y la tarde,
vi las muchedumbres de América,
vi una plateada telaraña en el centro de una negra pirámide,
vi un laberinto roto [...],
vi interminables ojos inmediatos escrutándose en mi como en un espejo,
vi todos los espejos del planeta y ninguno me reflejó.
Jorge Luis Borges

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Tudo é ilusão.


Tudo é ilusão
Passageiros pensamentos
Outra vez alimentou minha esperança
E tudo que restou virou ilusão
As cores magentas da manhã fria
O suor no espelho do orvalho triste
Iniciou mais um dia comum
Tudo é passageiro
Quiz um bilhete para lugares comuns
Qual é o próximo trem ?
Tudo é ilusão, tudo passa, nada fica
[Nem aqueles livros da estante, os quadros,
as cifras de músicas, as melodias, os sonhos,
rabiscos, nada fica, tudo se vai]
Onde pousou o pássaro da paz ?
Diga que eu seguirei
E não me pergunte nada além
Porque eu não vi ninguém
E teu futuro está longe demais
Fica em algum lugar depois do pôr do sol
E tudo é ilusão

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Sidney, Australia (Corrida de Salto Alto)

Nova modalidade ? Isto que eu chamo de corrida de salto com estilo. Em Sidney, aconteceu uma corrida de curta distância inusitada. Para competir, as mulheres tiveram de calçar seus maravilhosos salto altos, modelo stiletto. Gostou da idéia ? Pense nas bolhas dos pés e na dor na região da panturilha depois de concluir tal prova. Estilosas as garotas de salto, original e femininas. Se a moda pega.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

32a. Mostra Internacional de Cinema de São Paulo





A Mostra começou e diante de muita espectativa. Pelo menos eu que sou fã de Ingmar Bergman estou curtindo esta homenagem. A Cosac lançou livro inédito sobre Liv Ullmann, esposa de Ingmar e que marca presença na Mostra. Eu tenho uma lista enorme de filmes que quero ainda vê-los. O problema é que tenho outras coisas em paralelo e está sendo um problema colocar tudo em um cronograma factível de ser cumprido na integra. É complicado. Justamente, porque estão acontecendo outros eventos culturais em Sampa. Por exemplo, o Sesc está com uma Mostra Internacional de Teatro e tem um monte de shows acontecendo. Musicalmente, a cidade ferve mais que tampa de chaleira. Teatralmente, idem. Agora, Mostra de Cinema é prioridade, exatamente porque acontece uma vez por ano. Temos logo mais a Bienal de Arte. E tudo vai esquentando até o final do Ano, quando os eventos começam a ficar mais escassos até desaparecer. E voltamos no ano novo com pilha total. Só pra comentar rapidamente, vi a estréia da nova peça de Marília Gabriela, "Aquela Mulher", no Sesc Anchieta. É um monólogo com três atos. No primeiro, a personagem parece uma executiva perdida entre papéis, hobby de seda, óculos pesados, sentada no chão e dizendo pensamentos em vóz alta. No momento em que o cabelo fica caindo sobre o rosto não é possível reconhecer a Gabi. Depois, parece ela mesma com os módicos óculos de sua coleção. O cenário sóbrio, escuro, de paredes de vinil (pelo menos aparentam ser de vinil) limitam a personagem naquele circulo envolta duma poltrona discreta. No segundo ato, a personagem é eleita a mulher que governará a nação mais poderosa do mundo. Dona Hilary ? Aparece vestindo um conjunto taier defronte de um palenque, inicia um discurso sobre tudo - fala coisas comuns e outras mais inteligíveis. O vinil preto das paredes agora reflete cor púrpura e seu terninho cinza vai acumulando aquela cor. A personagem engorda com a luz, os óculos e cabelos aloirados tomam outros aspectos. Já no último ato, ela surge como um anjo de asas negras com pontas avermelhadas, modelito preto colam com espartilhos e peruca enegrecida, um pouco mais verborrágica pontuando com textos mais certeiros, toma um rumo mais cômico da peça. O cenário até então escurecido com ar de vinil ganha luzes verdes de neon. O que remete a um cenário futurista, pode também lembrar a recepção de uma boate hightech. E o anjo apocalíptico seria mais uma referência a uma host daquela tal boate ou um personagem bizarro saído de um filme teenager ! No final, tudo se encontra. Aquela mulher poderosa, de projeção internacional, que perdoa um marido que a traiu com uma estagiária, é também humana, sofredora em alguns momentos e feliz noutros, critica implacável mas que sabe compreender, ela é um pouco de todos nós. O texto tem momentos felizes, alegres, inteligentes, e outros cansativos. Como no começo, em que as pausas são marcadas por acender e apagar das luzes. Os óculos como atributo da personagem fazem confundir-nos com a atriz. Em que momento estou vendo a Gabi e em que momento vejo a personagem ? Isto poderia ser melhor trabalhado na construção da personagem. E o cenário limitou muito praquele palco imenso do Anchieta. Aproximou a personagem da platéia, mas ficou um tanto limitado e sufocante demais. Se a idéia era deixá-lo minimalista e ousado, ficou apertado e carregado. Porém, interessantíssimo o fato do truque das paredes que lembram vinil, plástico, algo que remete ao sado, ao movimento dark, assim como, aquelas luzes de neon verde. A direção trabalhou bem. A música idem. É um bom espetáculo.
Nota.: o vinil preto trás uma influência maso, meio oitentista, lembrou-me alguns clipes que via quando adolescente do INXS, Depeche Mode, estas tendências gringas. Ainda não li a biografia de Hilary pra saber quem era na adolescência, o que ouvia e como sentia as coisas. Entretanto, ficou algo no ar daqueles jovens punks e darks. Seria a mulher poderosa uma dominatrix, presença líder num mundo governado por um poder sínico e centralizador, maniqueísta e opressor ? Isto não ficou muito claro no texto, que lembrou memórias e não respostas para o futuro.




segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Desfocado eu ?

Não era para ser. Isto é, ausência de foco. Sinto-me assim, como se nada agora tivesse um sentido. Estou iniciando um projeto, será maravilhoso. Entretanto, agora está ainda meio nebuloso. Num momento mais propício comento sobre isto. A foto foi tirada dias atrás. Ficou com ar de emo, a camisa listrada virou uma estampa qualquer ... tudo ao acaso. Como a vida deveria ser.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Paolo Nutini

Tenho ouvido um tanto estas músicas do Paolo Nutini. Prestem atenção neste italiano e sua banda. Achei um vídeo onde Nutini vez um cover bacana de "Rehab", da transloucada Amy. Ainda não comprei a biografia da Amy. E confesso que tenho curiosidade de entendê-la, mas um tanto por uma lida desta tal biografia. Amy surpreendeu-me pela vóz, pela atitude, pela vida que beira a tragicomédia. Como alguém pode viver entre o extremo do sucesso, do talento, e jogar a vida tão prabaixo daquela maneira. No entanto, acho a Amy interessantíssima, cheia de personalidade, estilo. Sim, pessoas como ela aparecem vez ou outra para ensinar alguma coisa. Num mundo cheio de mesmices, Amy virou estrela e diva.



quinta-feira, 9 de outubro de 2008

I Love Rock N' Roll

É isto aí. Joan Jett para lembrar um super sucesso de 1983. Ouvia muito esta canção ainda muito jovem, perdido nas montanhas do sul de Minas Gerais. Ficava imaginando como uma mulher poderia ser líder de uma banda e ainda cantando com aquela atitude. Tempos diferentes. Detalhe, na época não tinha vídeos nem MTV. Então, era comprar revistas especializadas para poder ter acesso as fotografias dos shows e matérias especializadas. Quando muito, o encarte de um disco importado trazia alguma foto. Era muito difícil acompanhar o que rolava no mundo inteiro. Hoje, a internet faz este papel de trazer praticamente tudo na tela com apenas um click.
Das Girl Bands surgidas na década de 90 por influência das pioneiras bandas femininas como Blondie, Path Smith, Siouxsie And The Banshees e outras, a única que pude presenciar um show ao vivo foi L7, durante passagem pelo Rock In Rio de 1993. Na época, o auge era o grunge de Seatle e coisas punks modernosas americanóides. Pois é, eu usei muito camisa chadrez e coturnos. Era must entre a garotada. Numa certa época da vida, achei que a Califórnia deveria ser o paraíso. Até que um dia pude visitá-la e mudar um pouco meus conceitos. Ainda pude ter tempo de fazer o percurso "turístico" pelos points dos beatnicks em San francisco e comprar alguns livros do Kerouac que ainda tenho. Só assim pude entender aquela geração de 50 e tudo que veio depois. E parece-me que loucos somos nós e não aqueles jovens transgressores. O mundo mudou, mas a cabeça de muita gente não. O que é uma pena. Ah, sobre sons e afins, eu tive um aparelho walkman que usava uma pochete pra carregá-lo e consumia 4 pilhas grandes. Era uma criança andando com aquela engenhoca na cintura. Achava o máximo, tipo ciborgue com toda aquela parafernalha high tech. E não é que hoje um mp3 cabe no bolso da camisa e pesa menos de 100 gramas ? Que coisa. Acho que a tecnologia ajudou a mudar a cara do rock e dos ouvintes, obviamente. Apesar que estou quase voltando 100% a ouvir vinil.




L7 pra matar saudades (tempos geniais).

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Hotel Fasano no Rio de Janeiro.

Agora, FASANO também na Cidade Maravilhosa. O ponto é um privilégio e o lounge da cobertura tem uma vista super privilegiada. Apesar de que, ainda prefiro a vista tida pelo apartamento do Niemeyer - ou de Paulo Coelho - para Copacabana. O café da manhã do Hotel chega a dar água na boca, cobrados 55 reais por pessoa. Simbólico? Assistam o vídeo e tirem suas conclusões. É o que digo, dinheiro é pouca bobagem num mundo repleto de excentricidades, luxo e conforto. Num país de cegos quem tem um olho é rei e dorme no Fasano. Tá bom assim ?